Quando você vai contratar um serviço de crédito, como empréstimos ou financiamentos, você faz pesquisas que servem geralmente para encontrar a opção que sai mais em conta. Agora, imagine achar uma melhor depois de já ter contratado? Isso acontece com mais frequência do que você pensa, mas, não se preocupe, por isso existe a portabilidade de dívida.
Pouco falado, essa opção vantajosa pode ajudar quem não fez a melhor escolha — ou quem quer opções para quitar uma dívida. Ainda assim, isso deve ser feito com cautela, pois, assim como existem as partes boa, também há pontos ruins.
Quer saber os detalhes de como a portabilidade funciona, seu processo, e como você pode pagar menos com isso? Então, acompanhe este conteúdo!
Antes de tudo: o que é portabilidade de dívida?
A portabilidade de dívida, como o próprio nome diz, é quando uma pessoa muda sua dívida de uma instituição para outra. Assim como você pode fazer a portabilidade de sua operadora, é possível mudar sua dívida de um banco ou instituição para outro.
O processo pode ser feito a qualquer momento, e é um direito seu tomar essa decisão.
Para realizar esse processo, você deve pedir todas as informações que precisa na instituição na qual tem a dívida. Ela não podem negar o pedido. Entretanto, a instituição para qual você quer transferir pode não aceitar a portabilidade. Por isso, o processo não deve ser feito de uma hora para outra.
É necessário planejamento, paciência e muita pesquisa!
Vantagens e riscos de transferir uma dívida
Um dos principais motivos pelos quais as pessoas decidem fazer a portabilidade de dívida são os juros. Algumas instituições cobram menos juros para certos serviços de crédito, e você pode conseguir a diminuir sua dívida com isso.
Isso porque, os juros, na maioria das vezes, aumentam bastante o valor da dívida. Fora que, se você está insatisfeito com o atendimento da instituição com a qual você contratou o serviço, pode conseguir um atendimento melhor, e economia.
Porém, também existem os pontos negativos de se transferir uma dívida. Como, por exemplo, a falta de pesquisa somada à pressa de resolver uma situação, pode resultar em uma dor de cabeça maior.
É preciso considerar que para aceitar a sua dívida, a instituição pode dar as condições que ela quiser. E nessas condições, podem estar incluídas taxas escondidas, cobrança de valor para realizar a transferência, e até mesmo juros maiores caso tenha atrasos no pagamento.
Por isso é importante frisar que a melhor forma de tomar essa decisão de fazer a portabilidade de dívida (ou não), é com muita paciência e pesquisa. Porque em alguns casos você pode piorar o que já não está bom, por precipitação.
Dicas sobre a portabilidade
Como mencionamos, fazer a portabilidade de dívida requer cuidado, e não deve ser feito de uma hora para outra. Por isso, antes que você tome uma decisão definitiva (e precipitada), acompanhe algumas dicas para te ajudar antes mesmo de procurar.
Renegocie
Uma coisa que poucas pessoas sabem também é que dá para fazer uma renegociação de dívidas. Se você estiver com dificuldade de pagar a dívida atual, pode tentar renegociar na própria instituição, ao invés de fazer a portabilidade.
Essa negociação pode diminuir o valor da dívida, e em alguns casos, os juros e parcelas. Por isso, se possível, tente primeiro entrar em contato com a instituição para ver se conseguirá condições melhores para quitação.
Cuidado com taxas e oferta de produtos
Já dissemos e vamos repetir: antes de tomar a decisão final, pesquise bem. Muitas pessoas acabam saindo lesadas nessas situações por não prestar atenção nas “letrinhas miúdas” e não ler o contrato. Com a portabilidade de dívida não é diferente.
Por exemplo: há casos em que as instituições cobram mais de um tipo de juros. Ou seja, pode existir uma taxa que vai sair mais cara que na dívida original. Se não quer ser pego desprevenido, preste atenção a esse (e outros) detalhes.
A prevenção é sempre o melhor remédio. Não deixe de se informar sobre cada detalhe da negociação. Tire qualquer dúvida, antes da canetada final. Isso pode te poupar dores de cabeça e garantir mais economia.
Compare antes
Ao decidir fazer a portabilidade de dívida, a nova instituição provavelmente vai apresentar as suas condições e opções. Nesse momento, você deve avaliar bem as condições. Se os juros forem menores, por exemplo, você deve ficar atento às parcelas.
Isso porque, mesmo que os juros sejam menores, pode ser que eles cobrem parcelas mais altas, com um prazo menor. Fazendo as contas, pode sair a mesma coisa que o valor original a ser pago na instituição que você solicitou o crédito.
Por isso, ao ter em mãos as condições da nova instituição, não poupe a calculadora: some, divida e multiplique cada detalhe da negociação de portabilidade.
Tira-dúvidas
Mesmo com todos os dados apresentados, é normal ainda ter dúvidas. Afinal, a portabilidade de dívida ainda é algo pouco discutido. Abaixo você pode conferir a resposta para algumas das principais dúvidas a respeito do assunto.
Como é feita a portabilidade?
O primeiro passo para conseguir a portabilidade de dívida, é ter todas as informações a respeito dela. Essas informações devem ser colhidas com a instituição onde você contratou o serviço. Você vai precisar de:
- Informações do contrato (número, condições, etc);
- Valor total que falta ser pago;
- Prazo para a quitação do valor;
- Tipo de dívida (empréstimo pessoal ou consignado, financiamento, etc);
- Taxas de juros;
- Valor das prestações em haver;
- Prazo total desde a negociação;
- Vencimento da última parcela anterior;
- Sistemas de pagamentos;
- Histórico completo da dívida (data dos pagamentos, valores, atrasos, etc).
Para ter esses dados em mãos, você deve notificar a instituição sobre o processo. Pode ser que te ofereçam uma negociação, mas eles não podem negar que você realize a portabilidade.
Eu tenho que pagar algo para fazer a portabilidade?
A resposta é que depende. Isso porque, algumas instituições cobram, outras não. Isso vai depender da política de cada uma, e até mesmo do valor da sua dívida. Então informe-se antes de fazer o pedido dos dados mencionados acima.
Já a instituição à qual a dívida pertence não pode cobrar nada para que você retire a dívida dela. Apenas a instituição que vai receber pode cobrar ou não. Por isso, fique atento aos dados, e se houver qualquer interferência, procure seus direitos.
Como analisar as condições do banco?
Essa dúvida é respondida com uma pergunta: o que você busca com a portabilidade da dívida?
Se seu principal objetivo é diminuir o valor da dívida, você deve analisar quais os juros e qual pode ser a quantia “descontada” nessa nova negociação.
O principal motivo que faz as pessoas optarem pela portabilidade de dívida é justamente trocar um valor caro, por um mais baixo. Se a negociação for ficar na mesma quantia, não vale a pena.
Com quais dívidas posso fazer a portabilidade?
Na maioria das situações, é possível fazer a portabilidade quando se trata de empréstimos e financiamentos em geral (empréstimo consignado, empréstimo com garantia, empréstimo pessoal, etc.)
Já em financiamentos, é possível fazer a portabilidade de financiamentos de imóvel e automóvel também. A portabilidade também se aplica a algumas dívidas de cartão de crédito, mas é necessário consultar antes.
O banco pode se recusar a fazer a portabilidade?
Sim, o banco que vai receber pode se recusar a receber. Mas, como dito acima, o banco onde você possui a dívida, não pode recusar a transferência. Essa regra é informada pelo próprio Banco Central do Brasil como sendo ilegal.
Já no caso de a instituição não querer receber essa nova dívida, o que você deve fazer é buscar outra opção. Afinal, assim como você, eles também buscam vantagem. E pode ser que sua dívida não seja vantajosa para eles.
O que fazer se o banco se recusar a fazer a portabilidade da dívida?
Como já citamos, se a instituição para qual você pretende transferir a dívida não aceitar a negociação, o melhor sempre será procurar outras alternativas.
Dica: a maioria das instituições vê empréstimos consignados ou com garantia como o mais vantajosos.
Além disso, a instituição deve informar o motivo da recusa, e isso também é um direito seu. Por fim, no caso do banco no qual você contratou o serviço se recusar, você deve procurar seus direitos.
Se mesmo conversando não houver uma mudança, você deve abrir uma reclamação no Banco Central. No site oficial você encontra uma página para as reclamações, e basta informar o problema, e a instituição em questão.
Dívida cá, dívida lá
Agora que você sabe o que fazer, pretende ou não realizar a portabilidade de dívida? Lembrando que o objetivo principal é economizar, mas não em informações e dados necessários para não sair no prejuízo.
Sempre consulte a instituição que forneceu o crédito e a que vai receber para ter certeza de todos os dados. Também fique de olho nas taxas de juros e “números pequenos” em contratos.
Isso serve para qualquer serviço financeiro, não apenas crédito! E também lembre-se do seu compromisso, e que a melhor forma de economizar é manter as finanças controladas e em dia, no máximo que conseguir.